Dos teus lábios de carmim
em cujo mosto nasce a noite,
jorra o vinho de cetim
que me embala como açoite.
Pois serenos como a aurora
das rosadas manhãs de Maio,
são na inquietação que caio...
a promessa que vigora!
Dos teus lábios de fino traço,
do gosto que não traguei,
emborracho-me como um cacho
com as palavras que guardei.
E fermentando estão nas caves
sombrias em que me oculto,
alambicando em vão as chaves
dos lábios do meu tumulto.
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