Era uma vez uma miúda tão gira, tão gira, tão gira... que começou a constar que a sua beleza ultrapassava a de Afrodite! Sentido-se ultrajada, a deusa que não admitia menos do que ser a mais bela de entre as imortais, ordenou ao seu filho Eros que punisse a donzela, disparando uma das suas infalíveis setas para que ela assim se apaixonasse pelo mais horrível dos monstros...
Mas como é usual nestas histórias... o caçador acabou presa da caça...
Todavia, Eros obrigado a cumprir as ordens de sua divina mãe, foi forçado a um ardil... Induzindo o deus Apolo, este vaticinou, quando oracularmente consultado, que Psique iria desposar um monstro e que para tanto deveria ser abanadonada no topo dum promontório - daí a levou o Zéfiro, o deus do vento, para um faustoso palácio onde passaria a residir sem nunca poder ver o rosto e as formas do seu amante - que não era outro senão Eros - que a fez jurar o cumprimento de tal promessa.
Passaram-se os dias, mudaram as luas e saltaram as estações. E Psique, que entretanto se apaixonara pelo seu misterioso amante, roída pela curiosidade e instigada pelas irmãs que lhe invejavam o luxo que a rodeava, atreveu-se certa noite a espreitar o rosto de quem a desposara. Pé ante pé... entrou no quarto com uma vela... e à luz da revelação, extasiada pela beleza do deus que dormia, a desastrada Psique deixou cair uma gora de cera sobre o ombro de Eros. Desperto e irado, Eros gritou-lhe que "sem confiança não há amor" - desaparecendo em seguida.
Desesperada, Psique tentou seguir-lhe os passos e durante anos errou pelo mundo à procura de Eros...
Certo dia, buscando refúgio num templo de Afrodite, a deusa (caprichosa como só poderia ser a deusa do amor...) atribui-lhe ainda 4 ingratas tarefas na expectativa que Psique sucumbisse ou na sua vã tentativa de as cumprir... perdesse a lendária beleza.
Todavia, Psique não apenas foi capaz de superar as missões (impossíveis) que Afrodite lhe atribuíra, como ainda reencontrou Eros que, sabedor das provações e da determinação da sua amada em reencontrá-lo, logo foi interceder junto de Zeus...
E assim, sob a benção do pai dos deuses e para despeito de Afrodite, foi Psique levada ao Olímpo, onde ganhou a imortalidade e a autorização para unir-se a Eros. Da união de Eros e Psique haveria de nascer uma linda menina de seu nome Prazer...
4 comentários:
ou, "sem amor não há confiança"??
E pode-se chamar à curiosidade, desconfiança??
Menina batalhadora esta Psique... só uma Mortal teria esta característica! :)
Segundo se diz, a curiosidade matou a gata...
Não se preocupe Sr. Anarco-ciclista, que da gata cuido eu!! :)
Continuação de "bons-versos" e desta imensa cultura... e um parabéns a todo o grafismo do blog!
bem... gracias!
Quanto às gatas... são tal & qual os gatos - livres como todos os felinos!
Abraço fraternal
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